Poema da Despedida
Juntos, mais uma vez,
O Crioulo e o Português!
Dois corações, um pensamento
Uma Ilha e um Continente.
Sobre o Atlântico sobrevoou o Tejo
e o Fundão, ao planalto do “Mato Engenho”.
Foi um arauto africano,
moço caboverdiano
cuja grata missão
ultrapassando a função
enamorou a Lusa Gente
e celebrou o casamento
entre a Ilha e o Continente.
No ventre húmido e quente,
uma semente ficou
e bem cedo germinou.
Nasceu esta Associação
luso-caboverdiana,
que completou a união.
Entre os laços da unidade,
houve mais fecundidade.
De novo, no Atlântico o Tejo
e, subindo ao “Mato Engenho”
deixou logo um desejo.
O Planalto baixou ao Fundão
e nova união fecundou.
Eis novamente o Fundão,
cheio do verde
em Cabo Verde
que não é verde
senão no coração.
Ei-lo aí, minha gente,
Britos e Mendes na frente.
São eles os portugueses
e nós os seus fregueses.
Língua, Lixo reciclado,
Gestão, Administração,
mais atenção aos patrimónios,
Introdução à Informática,
são os negócios
em foco;
sem se esquecerem a prática
de educação ambiental.
A Igreja e o País,
se encarregam da matriz.
Neste encontro final,
nós, de alma e coração
e sem poder de pagar,
só queremos perguntar
à Lisboa e ao Fundão
antes de abrirem as asas
se se sentirem em suas casas
nesta curta duração.
Que dirão de Assomada
e suas ruas contornadas...
queiram ser reformadas.
Nossas praias visitadas,
apesar de não serem as mais admiradas?
As Serras e as estradas,
todas merecem saudades?
Que dirão desta Montanha?...
Seja início de uma campanha
o “vai-vem” que se cruzam,
para uma nova eleição,
a eleição de Nosso Senhor
como confirmador
eterno do nosso amor.
Como não temos melhor
Boa viagem desejamos
até os próximos anos.
P/ Grupo
José Miranda
1998/08/07
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